O uso de enxaguantes bucais no Brasil cresceu consideravelmente desde 1992 até 2007, o que mostra um levantamento realizado pelo cirurgião-dentista Marco Antônio Manfredini, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), baseado em informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal.
O incentivo ao consumo indiscriminado de enxaguantes deve ser criticado.
Observa-se um grande investimento na indução ao uso do produto. E é importante dizer que, ao contrário da pasta, da escova e do fio dental, o enxaguante não tem indicação universal. É preciso concentrar a utilização para casos específicos, como pós-cirurgia. Além de não ser essencial à saúde oral, o uso frequente de enxaguatórios bucais com álcool aumenta os riscos de câncer de boca e da faringe.
O álcool presente nos enxaguantes contribui para o aumento das taxas de câncer oral de forma similar às bebidas alcoólicas --e sabe-se que o álcool é o segundo fator de risco para a doença, depois do tabagismo, aumentando de cinco a nove vezes os riscos.
Dentistas recomendam o uso de enxaguatórios após cirurgias, raspagem de dente, casos de alta incidência de cárie, doenças da gengiva e para pessoas que não têm coordenação motora para realizar uma boa escovação.
Para o restante da população, o uso é opcional, apesar de boa parte da publicidade desse tipo de produto sugerir que ele combate mau hálito.
É muito importante lembrar também que por melhor que os enxaguantes bucais sejam, o controle mecânico da placa bacteriana (escovação e fio dental), são ainda os melhores frente ao controle químico. Na dúvida é sempre melhor procurar um dentista, e mais do que isso, algum profissional que tenha como meta promover uma odontologia preventiva e não apenas curativa.
Dentre os enxaguatórios existentes no mercado, pode-se destacar alguns. Vale ressaltar que as informações técnicas são fornecidas pelas próprias empresas em impressos e na própria embalagem.
Os enxaguantes contém substâncias com propósitos definidos devem ser utilizados em condições específicas:
Antiplaca (produtos que inibem a formação do biofilme em uma extensão capaz de prevenir o desenvolvimento da gengivite, como a clorexidina e o fluoreto de sódio)
Inibidores de placa (produtos usados como adjuntos à limpeza mecânica, como o cloreto de cetilpiridinio, triclosan e óleos essenciais).
Antimicrobiana (com poucos efeitos sobre o acúmulo de biofilme, como agentes oxigenantes, por exemplo).
Cuidados:
- Clorexidina pode manchar restaurações, provoca gosto amargo na boca quando utilizada por períodos superiores ao recomendado.
- É importante EVITAR enxaguantes com álcool em sua composição.
- Podem destruir bactérias responsáveis pelo auxílio da digestão ao quebrarem algumas proteínas e açúcares.
- Podem mascarar a principal causa de um mau hálito.
- O uso inadequado de enxaguantes pode progredir a doença periodontal e cárie.
Vai aqui um vídeo, dirigido por mim, para complementar a pesquisa! É amador, mas foi apenas para descontrair!
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